terça-feira, 12 de agosto de 2008

Rússia na CIJ


Geórgia processará Rússia por limpeza étnica

Ter, 12 Ago, 02h28
Por Margarita Antidze


TBILISI (Reuters) - A Geórgia entrou com um processo contra a Rússia na Corte Internacional de Justiça por limpeza étnica, disse nesta terça-feira o secretário do Conselho de Segurança da Geórgia, Kakha Lomaia.

Separadamente, o promotor chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI) Luis Moreno-Ocampo afirmou que ele tem sido procurado sobre o conflito na região separatista de Ossétia do Sul na Geórgia e pode lançar uma investigação preliminar.

A Corte Internacional de Justiça regula os conflitos entre nações enquanto que o Tribunal Penal Internacional (TPI) foi organizado para julgar indivíduos por crimes graves como genocídio, crimes contra a humanidades e crimes de guerra. Ambas as cortes são sediadas em Haia na Holanda.

"Hoje o embaixador da Geórgia na Holanda entrou com um processo na Corte Internacional de Justiça chamado 'o Estado da Geórgia contra o Estado da Rússia' por conta de suposta limpeza étnica conduzida pela Rússia na Geórgia entre 1993 e 2008", disse o secretário à Reuters.

O conflito teve início na última quinta-feira quando a Geórgia enviou suas tropas para retomar o controle da Ossétia do Sul, uma província pró-Rússia que rejeitou o poder georgiano nos anos 1990.

Moscou respondeu enviando tropas fortemente armadas, que rapidamente superaram os soldados georgianos.

A Rússia afirma que 1.600 civis da Ossétia do Sul foram mortos, enquanto que a Geórgia divulgou 200 mortes e centenas de feridos. Nenhum dos números foram confirmados independentemente.

A Organização das Nações Unidos afirmou nesta terça-feira que aproximadamente 100 mil pessoas estão fugindo de suas casas.

"Nós começamos a receber notícias sobre isto", disse Moreno-Ocampo à Reuters por telefone de Haia.

Questionado se iria lançar uma investigação preliminar, ele respondeu: "É possível." Ele não deu mais detalhes.

O TPI foi criado para julgar genocídios e outros crimes de guerra quando autoridades judiciais nacionais não consegue investigar tais crimes apropriadamente.

Moreno-Ocampo casou uma discussão diplomática internacional no último mês quando pediu aos juízes da corte um mandato de prisão para o presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bahshir pelo genocídio e crimes de guerra na região de Darfur.

Fonte: <http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/manchetes_georgia_exclusivo_processo_pol>

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Entenda o conflito envolvendo Rússia e Geórgia na Ossétia do Sul

.............................................A escalada das tensões entre a Geórgia e os separatistas da região de Ossétia do Sul evoluiu para violentos comba- tes nos últimos dias e o envolvimento da Rússia, que enviou tanques para a região em apoio aos rebeldes, susci- tou temores de uma guerra na volátil região do Cáucaso.

A administração separatista da Ossétia do Sul vem tentando obter reconhecimento desde que declarou a sua independência do governo central, após uma guerra civil nos anos 90.

A Rússia tem uma força de paz na região, mas o governo de Moscou também apóia os separatistas.


A BBC preparou uma série de perguntas e respostas que explicam os principais pontos da crise:

Qual é o atual status da Ossétia do Sul?

A Ossétia do Sul tem tido um governo próprio desde que lutou com a Geórgia pela sua independência em 91 e 92, logo após o colapso da União Soviética.

Durante o conflito, a região declarou sua independência, mas ela não foi reconhecida por nenhum país.

O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, prometeu colocar a Ossétia do Sul e outra região separatista, a Abecásia, sob controle da Geórgia.

Por que os ossetianos querem se separar?

Os ossetianos são uma etnia originária das planícies russas ao sul do Rio Don. Eles têm identidade e cultura diferentes da dos georgianos e uma língua própria.

No século 13, as invasões mongóis empurraram a etnia para as montanhas do Cáucaso, e os ossetianos se estabeleceram ao longo da atual fronteira da Geórgia com a Rússia.

Os ossetianos do sul querem se juntar à Ossétia do Norte, que é uma república autônoma dentro da Federação Russa.

Os georgianos são uma minoria na Ossétia do Sul, representando menos de um terço da população.

A Geórgia rejeita o nome Ossétia do Sul, preferindo chamar a região pelo nome antigo, Samachablo, ou Tskhinvali, a principal cidade da região.

O que detonou esta crise?

As tensões vinham aumentando desde a eleição do presidente Saakashvili em 2004. Ele ofereceu à Ossétia do Sul diálogo e autonomia, mas no contexto de um só Estado, o da Geórgia.

Em 2006, os ossetianos do sul votaram em um referendo extra-oficial em uma tentativa de fazer pressão pela independência completa, e segundo as autoridades da Ossétia, a maioria esmagadora da população o fim da união com Tblisi.

Em abril de 2008, a Otan disse que a Geórgia poderia no futuro vir a ser um membro da aliança militar - o que irritou a Rússia, que se opõe à expansão da Otan para o leste. Semanas depois, a Rússia reforçou os seus laços com as regiões de Ossétia do Sul e Abecásia.

Em julho a Rússia admitiu que seus caças entraram no espaço aéreo da Geórgia, na região da Ossétia do Sul. Confrontos antes esporádicos se escalaram, até que, segundo informações não confirmadas, seis pessoas acabaram mortas por projéteis de forças georgianas.

A Rússia poderia se envolver diretamente numa guerra?

A Rússia insiste que tem agido como uma força de paz na Ossétia do Sul e nega as acusações de que vem fornecendo armas aos separatistas.

No entanto, Moscou já prometeu defender os cerca de 70 mil cidadãos russos que vivem na Ossétia do Sul.

A Rússia pode interpretar uma intervenção militar como uma opção menos arriscada do que reconhecer a independência da Ossétia do Sul, o que poderia levar a uma guerra com a Geórgia.

As ligações da Geórgia com a Otan podem influenciar este conflito?

O presidente Saakashvili fez da entrada na Otan uma de suas prioridades. A Geórgia tem um relacionamento próximo com os Estados Unidos e vem cultivando vínculos com a Europa Ocidental.

Há quem diga que Saakashvili espere levar a Otan a um conflito com Moscou, de forma a formalizar a aliança.

Mas analistas dizem que é difícil imaginar que a Otan se deixe arrastar para um conflito com a Rússia por causa da Geórgia, depois de ter se esforçado para evitá-lo por tanto tempo.

Fonte:<http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080808_entenda_ossetia_cg.shtml>

Rússia: KGB de volta ou tentativa de liderança pela guerra?


Recebi hoje o informativo Mundo RI, dentre vários artigos, escolhi esse que trata do conflito entre a Rússia e Geórgia sobre a questão da Ossétia do Sul.

No entanto, vale a pena acessar a página do Mundo RI e dar uma lida nos demais artigos.


Rússia: KGB de volta ou tentativa de liderança pela guerra?
Fábio Pereira Ribeiro - 11/8/2008

A guerra nunca é bem vista. Alguns teóricos afirmam que a mesma é feita para a Paz. Mas o que pensar da nova guerra da Rússia com a Geórgia? Questões territoriais? Guerra contra o terrorismo ou ações contras-guerrilhas? Ou mostrar para o mundo que a Rússia ainda não perdeu sua força?

Vladimir Putin como primeiro ministro, diz o que fazer: “a guerra já começou”. A partir daí já é previsto o novo ar de KGB estar de volta.

O grande problema é o processo separatista em vigor da região de Ossétia do Sul na Geórgia. A busca pela independência e as aspirações de poder sobre ponto estratégico do Cáucaso são motes principais para o conflito, e um prato cheio para as percepções ditatoriais da Rússia neste momento, onde a balança internacional está pendendo para vários lados.

Todo o conflito está expondo as diversas linhas de conflito da Rússia com a Geórgia, mas ao mesmo tempo é uma grande oportunidade de mostrar ao mundo que a Rússia ainda tem um pensamento militar de conquista, uma busca pela guerra ou conflito de conquista.

Na Geórgia muitos se preocupam com um movimento intenso de tropas russas, e principalmente em uma limpeza étnica. Isso tudo é preocupante, pois acabamos de ver um ditador preso, e ao mesmo tempo uma potência utilizar os mesmos princípios. E isso tudo leva a mobilização total de um país preocupado com esta questão.

O problema maior deste tríplice conflito é a estrutura de apoio russo sobre as ações dos separatistas, inclusive com centenas de agentes de inteligência para desestabilizar a estrutura de poder da Geórgia.

O presidente russo, Dmitri Medvedev afirma como se fosse um protetor da região, que a guerra leva a uma percepção de que a Rússia será uma eterna protetora do Cáucaso.

A realidade é uma só, o conflito gera dúvidas em todos os sentidos. O próprio Conselho de Segurança da ONU, que desaprova o ataque, mas ao mesmo tempo dá condições para atuações em operações secretas dos serviços de inteligência da Rússia sobre a Geórgia, e principalmente ao patrocínio de ações guerrilheiras.

Os interesses de Putin sobressaem os valores de Paz que qualquer país quer, e ao mesmo tempo o mundo busca. E só falta voltar o terror da KGB sobre todo continente.



RIBEIRO, Fábio Pereira. Rússia: KGB de volta ou tentativa de liderança pela guerra? Newsletter Mundo RI, [S.l], ago. 2008. Disponivel em: <http://www.mundori.com/web/view.asp?paNumero=1332>. Acesso em: 11 ago 2008.

domingo, 10 de agosto de 2008

Enquanto isso na China...

'Várias explosões' atingem província chinesa de Xinjiang

Várias explosões atingiram a província chinesa de Xinjiang, no noroeste do país, segundo a agência estatal chinesa Xinhua.

As explosões ocorreram pouco antes das 4h da manhã locais (17h em Brasília) em Kuga, no sul da província, afirmou a agência.

Em seguida houve troca de tiros, mas não foram registradas vítimas fatais, acrescentou a Xinhua.

Xinjiang é a província onde, no início da semana, 16 policiais chineses foram mortos no ataque a um posto de fronteira.

A região é habitada pelos Uighur, população muçulmana na qual um braço separatista há décadas encampa uma luta de baixo perfil contra a autoridade chinesa.

No passado, a China já chamou atenção para o que qualificou de ameaças terroristas de grupos islâmicos em Xinjiang, sem oferecer evidências para comprovar seu receio.

O incidente ocorre um dia após a abertura oficial dos Jogos Olímpicos, em Pequim.

Fonte: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/08/080809_china_xinjinag_pu.shtml>

Os poucos leitores do blog, se é que existe algum, podem estar achando estranho esse tipo de post, mas achei interessante porque nunca havia escutado falar em "ameaças terroristas de grupos islâmicos" na China. Não que não soubesse da existência de população muçulmana na região, mas terrorismo vindo desse "grupo" para mim é uma novidade.

sábado, 2 de agosto de 2008

Mesa redonda: A agenda comercial brasileira pós-Doha

A Rodada Doha foi tema da maioria das minhas postagens até então, e a pergunta que veio em mente após o colapso das negociações em Genebra foi: "E agora, Amorim?" rs

Eis então que recebo um convite, em minha caixa de entrada, do CEBRI para a mesa redonda: A agenda comercial brasileira pós-Doha.

E a primeira explanação ao ler a mensagem é:

SANTO CEBRI!!!

O que seria de nos estundantes de RI se não fosse "você"?


Bem brincadeiras a parte, vamos ao que interessa:


O Centro Brasileiro de Relações Internacionais – CEBRI e o Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento - CINDES têm a satisfação de convidá-lo (a) para a mesa-redonda:


A Agenda Comercial Brasileira Pós-Doha

As negociações multilaterais entraram em colapso e há incertezas sobre em quanto tempo poderão ser retomadas.


· Que desafios os cenários pós-Doha colocam para a política comercial brasileira?
· Os acordos bilaterais são a alternativa para o Brasil?
· Que novos temas deverão ser incorporados às agendas de negociação?


Alfredo Valladão
Professor do Institut d'Études Politiques de Paris (Sciences Po), onde dirige a Cátedra Mercosul. Pesquisador Sênior Associado no Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais (IEEI - Lisboa). Jornalista especializado em política internacional, contribui regularmente para a Rádio Franca Internacional, BBC e CBN. Foi correspondente diplomático e na área de Defesa para o diário Libération (França). É membro do Conselho Editorial das revistas Questions Internationales (França) e Res-Publica (Portugal). É fundador e ex-membro do Conselho Editorial do Anuário l'Etat du Monde (França) e autor de vários livros sobre política internacional e de documentários para redes de televisão francesas.

Lia Valls
Bacharel em Ciências Econômicas , PUC-RJ, 1975. M .Phil em Economia, Cambridge University, 1980. Doutorado em Economia, Instituto de Economia/UFRJ, 1998. Professora Adjunta da Fac. de Ciências Econômicas da UERJ e coordenadora do Centro de Estudos de Comércio Exterior do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas.

Luiz Felipe Lampreia
O Embaixador Lampreia serviu como Embaixador do Brasil em Portugal (1990-1992) e na Suiça (1993-1994). Entre 1995 e 2001 foi Ministro das Relações Exteriores do Brasil. É Vice-Presidente Nato do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais - CEBRI, assim como Presidente do Conselho de Relações Internacionais da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN. Ele também atua como consultor para a Petrobrás.

Sandra Rios
Sandra Polónia Rios é diretora do CINDES, sócia da EcoStrat Consultores e especialista em temas relacionados a negociações comerciais internacionais e a política de comércio exterior. Atua como consultora permanente da Confederação Nacional da Indústria, sendo responsável pela coordenação técnica da Coalizão Empresarial Brasileira. Integrante da Lista Indicativa de Panelistas da OMC, por proposição do Governo brasileiro, aprovada pelo Órgão de Solução de Controvérsias da Organização, é coordenadora do grupo de acesso a mercados do Foro Empresarial Mercosul – União Européia. Membro do Conselho Superior da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior, FUNCEX e faz parte do corpo docente da Fundação Dom Cabral. É professora licenciada do Departamento de Economia da PUC-RJ.


DATA: 06 de agosto de 2008, Quarta-feira, às 15h00

LOCAL: CEBRI –Rua do Russel 270 – 2º andar – Glória – Rio de Janeiro


• INSCRIÇÃO: nome, instituição, cargo, endereço, telefone, fax, e-mail para:
http://br.mc328.mail.yahoo.com/mc/compose?to=eventos@cebri.org.br
• INFORMAÇÕES: (21) 2219-4469 – Elizabeth Jubé ou Rafael Costa

Veja a programação completa de eventos: http://www.cebri.org.br/